O Dia em que a Terra Parou - VII
Sem eletricidade, sem vida.
Hoje faz, não sei, deixa eu fazer a conta. Maldita decadência cognitiva. 25 - 9, 16 anos. 16 anos sem ninguém. Só sei que é 2025 porque andei riscando uma parede para marcar a passagem do tempo. Depois de um tempo, já não fazia mais sentido marcar as horas, os dias, os anos.
Ainda não sei o que aconteceu. Não tenho respostas. Depois de algum tempo procurando e chegando a conclusão que estava SOZINHO, acreditei que estava morto. Só pode ser, morto. Por que todos sumiriam e só eu ficaria na Terra? Não faz nenhum sentido. Não sou especial. Sempre fui mais na "roda de rato", acordando e vivendo. Gerando renda para comer e poder gastar. Ganhar e gastar. Sem sentido, sem objetivo. O controle do sistema não permite grandes ações. Aqueles que conseguem, saíram do sistema. Por talento, muito trabalho, sorte ou por meios ilícitos. Sim, morri. O problema com essa tese é que continuei comendo, envelhecendo e adoecendo. Tese furada. Descartei.
Alienígenas lançaram um raio da morte que vaporizou todo mundo. Mas, então, por que não fui vaporizado. Minha casa não tinha nenhuma proteção. Como os animais não morreram? Para quê lançar um raio num planeta nada especial no Universo, de bilhões de planetas semelhantes? Por que não merecíamos o planeta? Tese também furada. Não acho que uma civilização mais avançada iria se dar a esse trabalho, para não aproveitar depois, sei lá, para morar aqui, levar água, ouro. Bem, se vieram, não me contaram, porque não vi nada.
Fui transportado para outro universo, seguindo as ideias de multiverso. Acho que não acredito muito nessa hipótese. Um universo exatamente igual, mas só comigo?
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